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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Matéria da Revista Época sobre perda de peso com a internet

BOTÃO DE “CURTIR” E MÚSICA AGITADA
O mecanismo de informação e correção também explica o sucesso de aplicativos de celular que estimulam a atividade física. É o caso dos contadores de passos. Segundo uma pesquisa publicada em 2007, os usuários aumentam sua atividade física em 2 mil passos por dia, o equivalente a 1,6 quilômetro ou 30 minutos de caminhada. O levantamento foi feito pelo Centro de Pesquisas Biomédicas Pennington, nos Estados Unidos. Outro exemplo é o programa Nike +, que conecta o corredor ao Facebook no início do treino. Cada vez que alguém aperta o botão de “curtir”, o corredor ouve palmas de incentivo. O aplicativo também permite programar uma canção agitada para quando o ritmo estiver esmorecendo. Ele é o favorito da analista de mídias digitais Luiza Spinelli, que corre pelo menos duas vezes por semana. Aos 24 anos, incomodada com uns quilos a mais, ela começou a perder peso com a ajuda do aplicativo que instalou em seu celular.  
Ter amigos no Facebook parece contar a favor da perda de peso. Uma pesquisa feita pelos criadores do programa MyFitness-Pal (uma espécie de contador de calorias de bolso, que pode ser carregado no celular) mostrou que os usuários emagrecem na mesma proporção em que cresce o número de seus amigos. Quanto mais gente olhando, melhor o resultado. A influência de amigos virtuais levou a administradora de empresas Carolina Arcanjo, de 28 anos, a perder mais de 50 quilos. A um passo da diabetes, com 131 quilos, pernas inchadas e dor nas costas, ela quase não conseguia passar na catraca do cinema, seu passatempo favorito. Carolina encontrou na internet o apoio de desconhecidos que, como ela, precisavam emagrecer. Atualmente com 80 quilos (ela deseja perder mais 8), Carolina reatou com o namorado, fez cirurgia de redução de estômago e sonha com as primeiras férias de biquíni em Bertioga, no Litoral Norte paulista.  
Uma série de estudos comparativos tentou medir cientificamente a eficácia dos métodos de emagrecimento virtuais diante dos demais. O mais completo até agora é o de Jean Harvey-Berino, do Departamento de Ciências da Nutrição da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos. Ele foi o primeiro a comparar o tratamento considerado padrão-ouro (que inclui dieta, atividade física e terapia comportamental) aos programas on-line. Publicado no periódico científico Preventive Medicine, o resultado mostra que houve maior perda média de peso (6,1 quilos) entre os integrantes do grupo que fizeram terapia cara a cara.  
Os médicos avisam, porém, que regimes digitais não servem para todos. O neurocientista americano Mark Mattson diz que esse tipo de recurso não ajuda quem não tem acesso permanente a um computador, não usa celulares inteligentes ou não tem afinidade com esses aparatos da tecnologia. “Há quem prefira pagar um médico e ir ao consultório”, diz Mattson. O consultor de seguros Jaime Delgado, de 45 anos, é assim. Ele emagreceu 6 quilos em 45 dias, frequentando uma clínica de nutrição. “Eu me obrigava a seguir o que foi combinado para poder apresentar bons resultados na visita ao consultório”, diz Delgado. Antes, o consultor tentou emagrecer com a ajuda de um programa eletrônico, mas não deu certo. “Achei as informações muito soltas, não consegui me engajar”, diz. “Sei que tudo está ali, mas preciso da disciplina de alguém que me cobre e oriente pessoalmente.” Delgado é hipertenso e tem colesterol alto. Com a reeducação alimentar e caminhadas três vezes por semana, reduziu os índices clínicos para níveis considerados normais. A internet é um caminho cada vez mais usado para quem quer perder peso e recuperar a saúde – mas não é o único e nem o mais eficaz.

Paulo Vicente - Personal Trainer

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