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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Estudo sobre Atividade Física e Sedentarismo em Crianças e Adolescentes

O aumento do sedentarismo nas últimas décadas tem uma relação importante com o aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade, tanto nos adultos como nas crianças. Um levantamento realizado em Londres mostrou que as pessoas caminhavam 63 milhas a mais em 1975 quando comparado a 2003, uma redução expressiva do gasto energético que contribuiu significativamente para o aumento de peso dos adultos e também das crianças. Atualmente as principais atividades no mundo, e não é só em Londres, são: dormir, comer, ver TV, jogar no computador e ouvir música. Em relação à TV já foi demonstrado que ver televisão, independente da idade, aumenta o IMC, sendo que o tercil que mais aumentou peso foi o grupo que via mais de 3 horas de TV por dia. O grande problema é que, em geral, ver televisão está associado com maior ingestão alimentar. Um trabalho realizado no Brasil mostrou que nos horários em que as crianças vêem televisão é quando as propagandas são fundamentalmente do grupo de gorduras, açúcares e doces, então, além das crianças terem um menor gasto metabólico, são estimuladas são estimuladas a ingerirem alimentos com alta densidade calórica.
Uma avaliação epidemiológica realizada em Houston, no Texas, com americanos de origem hispânica, mostrou que tanto as crianças e os adolescentes obesos quanto os magros tinham condicionamento físico baixo, que era ainda menor nos obesos e nas meninas. Este estudo ainda observou que as atividades sedentárias aumentavam com a idade, independente do peso, ou seja, há mudança do tipo de atividade mesmo que o indivíduo seja magro. Em geral, essas atividades se modificavam, com a idade, de não estruturadas para estruturadas, o que significa que as crianças deixavam de brincar para frequentar academia de ginástica, à medida que ficavam mais velhas. Outro dado interessante mostrado neste estudo foi o fato de as atividades físicas serem diferentes entre os meninos (atividades mais intensas) e as meninas (atividades leves e moderadas). As meninas se socializam por conversas telefônicas, messenger, música,  etc, enquanto os meninos preferem os computadores e os videogames. A atividade física se modifica desde o nascimento até os 18 anos e, em geral, as meninas fazem menos atividade física do que os meninos, o que está provavelmente relacionado com os piores resultados em termos de perda de peso com a atividade física nas mulheres. 

Em relação aos fatores de risco cardiovascular e à síndrome metabólica em crianças e adolescentes, os estudos mostram que, independente da idade, o número dos fatores de risco está inversamente relacionado à atividade física e ao condicionamento físico. Este fato também tem uma relação com o excesso de peso.
Se, por um lado, está bem claro que o sedentarismo está altamente relacionado ao aumento de peso e ao aparecimento da síndrome metabólica em crianças e adolescentes, por outro lado questiona-se se, uma vez estabelecidas a obesidade e a síndrome metabólica, a atividade física vai ser resolutiva. Há uma grande dificuldade na avaliação da eficácia, na redução do peso, produzida por atividade física programada isolada, pois na maioria dos estudos as intervenções são combinadas: orientação alimentar e atividade física. Em uma meta-análise com a revisão sistemática de mais de 600 trabalhos, dos 14 selecionados com exercícios supervisionados, quatro compararam atividade aeróbia com controles; nove compararam os efeitos dos tratamentos dietoterápicos e comportamentais com e sem exercícios aeróbios e de resistência. Observou-se uma redução de peso em torno de 2.7 kg, favorável à intervenção combinada, e de até 4 kg com maior intensidade e duração da intervenção.
Exercícios feitos de forma regular resultam em mudança da composição corporal e vários benefícios fisiológicos e metabólicos. Em um estudo realizado em São Paulo, em intervenção com atividade física e dieta, por um ano, em adolescentes obesos, observou-se uma perda de gordura visceral ao longo do tempo, tanto nos meninos quanto nas meninas. Em Curitiba, estudou a influência da orientação alimentar e da atividade física (3 vezes por semana), por 24 semanas, em 64 adolescentes obesos. Observamos redução do índice de massa corporal e redução da circunferência de cintura tanto nas meninas como nos meninos, porém com respostas mais importantes nos meninos. Nos adolescentes obesos com síndrome metabólica, houve diminuição da pressão arterial, dos triglicerídeos, da glicemia, da resistência à insulina, e aumento do HDL colesterol. Desta forma, podemos inferir que houve uma redução do número de fatores de risco que compõe a síndrome metabólica. Ainda neste estudo, observamos que redução da resistência insulínica estava associada a perda de peso. No entanto, mesmo nos adolescentes que não perderam peso, com a atividade física houve melhora da sensibilidade insulínica, provavelmente de corrente do condicionamento metabólico.

Paulo Vicente - Personal Trainer

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