Visite Site Oficial

Visite Site Oficial
BLOG WITH TRANSLATOR

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Matéria Revista Isto É - A volta dos remédios para emagrecer

Grandes amigos, uma matéria bem interessante na última edição da Revista Isto É, sobre remédios para emagrecer. Falta muito pouco para que os remédios de emagrecimento à base de anfetaminas voltem ao mercado brasileiro. Com sua fabricação e comercialização proibidas desde 2011 por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), resta apenas uma votação, no Senado, para que eles possam novamente ser consumidos por pacientes brasileiros. Trata-se da última etapa de tramitação do projeto de decreto legislativo apresentado pelo deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) que susta a proibição da agência. Ele já foi aprovado na Câmara e na Comissão de Constituição e Justiça. Dos 27 senadores, apenas seis se posicionaram contrários à liberação dos medicamentos. E a presidenta Dilma Rousseff não poderá se interpor, já que um decreto legislativo não pode ser vetado pela Presidência da República. No mesmo projeto está também o fim das restrições impostas à venda da sibutramina, outro medicamento usado no tratamento da obesidade. Desde a resolução da Anvisa, a droga só pode ser comercializada se houver, entre outras exigências, a apresentação de um termo de responsabilidade assinado pelo médico e pelo paciente.
O provável retorno desses remédios está dividindo os médicos em um debate acalorado. De um lado estão os que apoiam a proibição e que, por isso, se encontram preocupados. Eles têm uma lista de argumentos para sustentar suas posições. Em relação aos derivados de anfetamina, o primeiro deles é o de que, por se tratar de medicações antigas, não há estudos confiáveis, feitos no chamado padrão ouro da ciência, que ratifiquem sua eficácia e segurança. “Não são pesquisas capazes de formar evidência científica, especialmente no que diz respeito à eficiência a longo prazo e à segurança”, afirma o cardiologista Flávio Fuchs, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Entre os problemas elencados, estão o risco de dependência e de surgimento de doenças cardiovasculares e hipertensão pulmonar.

Outra crítica é a de que a perda de peso seria insignificante e temporária. “A efetividade a longo prazo dos inibidores de apetite é na melhor das hipóteses questionável”, afirma o pesquisador Francisco Paumgartten, da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro. “E na maioria dos casos o emagrecimento é revertido quando a droga é interrompida.” Na opinião da nutricionista funcional Luciana Harfenist, do Rio de Janeiro, nesse aspecto há outro agravante. “Pacientes que consomem inibidores de apetite, na sua maioria, não aprendem a comer, não nutrem adequadamente seu organismo”, diz.

Em relação à sibutramina, os críticos ressaltam que a droga, bem mais moderna do que os anfetamínicos, foi objeto de estudos, mas o problema é que uma das principais investigações concluiu que não vale a pena usá-la. Eles se referem ao levantamento Scout (Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial). Foram acompanhados cerca de dez mil pacientes por cinco anos. As perdas de peso registradas foram modestas. Pior do que isso, a pesquisa apontou risco mais elevado de infarto e acidente vascular cerebral entre obesos que utilizavam o remédio do que entre os que não o tomavam.

Em favor da liberação advogam os especialistas no tratamento da obesidade, especialmente os endocrinologistas. “Nós, especialistas em obesidade, discutimos a questão a fundo e fornecemos dezenas de argumentos sobre a necessidade desses remédios”, relata o endocrinologista Alfredo Halpern, da Universidade de São Paulo (USP). O resultado da compilação de estudos e razões dos médicos foi consolidado em um documento assinado pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) e pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem). “Porém a agência não nos deu ouvidos e tomou uma decisão autoritária. Agora, um projeto de decreto legislativo irá passar por cima da decisão da Anvisa”, pontua Halpern.

Paulo Vicente - Personal Trainer

Nenhum comentário:

Postar um comentário