Mais uma da série dores pelo corpo. Agora outra dorzinha que sempre
incomoda quem treina mais pesado, a dor no ante-braço. A rosca
direta é um dos exercícios mais tradicionais e mais utilizados para
ganho de força e massa muscular principalmente no treino de bíceps,
uma vez que, esse músculo se torna agonista (ou seja, é ele o
agente principal na execução do movimento) nesta ação, e também
é ele o responsável pela flexão de ombro e cotovelo e a rotação
superior do antebraço. Este exercício pode ser feito em barra reta
ou em W e possibilita o uso de diferentes cargas de acordo com o tipo
físico da pessoa que está treinando. A barra reta afeta um pouco
mais a articulação do cotovelo, mas atinge o bíceps em sua
totalidade. No entanto, a barra W modifica a angulação articular,
reduzindo minimamente a tensão do tendão, mas aumentando também a
tensão e angulação do punho, e diminuindo o alcance muscular ou
até mesmo focando em uma parte específica do músculo, sendo assim,
as duas formas tem seus benefícios e descompensações. O
recrutamento muscular excessivo e alguns erros na execução deste
exercício podem implicar em diversas lesões, entre elas, a
epicondilite.
Como vimos no post anterior sobre dor no cotovelo, a epicondilite é
uma inflamação geralmente acompanhada com micro rupturas dos
tendões inseridos nos epicôndilos (partes específicas do osso) do
cotovelo, ela ocorre geralmente por esforços repetitivos e por
excesso de uso articular, com sobrecarga dos tendões, que é o que
ocorre, muitas vezes, na rosca direta. Causa dor local,
sensibilidade, muitas vezes edema e vermelhidão. A dor da
epicondilite pode irradiar para cima ou para baixo, dependendo do
grau da inflamação e ela pode aparecer em movimentos da mão e do
punho, como por exemplo, abrir um pote ou carregar sacolas. A dor se
inicia leve, mas com a continuidade do esforço, ela vai piorando e
se torna sim incapacitante.
Tratamento da epicondilite:
O tratamento é gradual, uma vez que o tendão, por ter pouca
vascularização (sem aporte sanguíneo, é de difícil nutrição, o
que impede os reagentes de chegarem até o local e dissiparem a
inflamação, não facilitando sua rápida regeneração), traz
resultados mais lentos. É imprescindível um período de repouso,
com tratamento medicamentoso e fisioterapêutico, podendo até chegar
à imobilização do membro ou processo cirúrgico.
Dicas para treinar e evitar a epicondilite:
Cargas: Devemos tomar muito cuidado com a carga na hora do treino.
Ela deve ser aumentada lenta e gradualmente para não sobrecarregar a
articulação.
Cotovelos: Eles devem se manter imóveis durante todo o exercício.
Ao movimentá-los o exercício não irá trazer os efeitos desejados,
pois sua ação muscular é diminuída, e ainda contribuirá para o
início das micro-lesões tendinosas.
Postura: Sim, a postura também pode prevenir a epicondilite. Aliás,
não adianta treinar bíceps, se os músculos estabilizadores da
coluna não estão fortes o suficiente para sustentar seu corpo em
exercícios mais pesados como este. A coluna deve estar ereta e é
importante não compensar a força curvando-a. A postura correta vai
possibilitar a melhor estabilização e manutenção do cotovelo
durante o movimento, facilitando também a mecânica do exercício.
Intensidade do movimento: Também é um fator essencial, tanto para a
melhor efetividade muscular do exercício quanto para prevenir
possíveis lesões. Quanto mais lento for, maior o período de tempo
de ativação e solicitação muscular, ou seja, resultados mais
rápidos. Isso também permite a maior estabilidade do cotovelo.
Paulo Vicente - Personal Trainer
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