Olá amigos, uma matéria que me mendaram sobre a saúde do nosso cérebro. Está relacionada diretamente com á prática de exercícios físicos regulares. Estou compartilhando com vocês esta excelente dica !!!
Cérebro: jovem para sempre
Trabalhos recentes esboçam receita para a saúde cerebral na terceira idade. Os estudos parecem concordar em um ponto: é fundamental realizar atividades físicas.
Por: Cássio Leite Vieira
Experimentos
recentes têm indicado a direção – para os mais entusiastas, o caminho – para um
cérebro saudável na terceira idade. Os resultados coincidem em um ponto:
atividade física é essencial. Um dos mais recentes nessa linha, publicado no
periódico Trends in Cognitive Sciences, é o feito pela equipe de Lars Nyberg,
da Universidade Umeå (Suécia), que traz boa notícia: envelhecer é inevitável,
mas o cérebro não precisa acompanhar esse processo. Adendo: conta mais aquilo
que você faz na terceira idade pela saúde do órgão do que aquilo feito ao longo
da vida. Paradoxal? Explicação: quando o assunto é cérebro, alguns ganhos logo
são perdidos. Mas é fato que os cérebros de muitos idosos mostram pouca ou
nenhuma diferença em relação aos de adultos mais jovens. Com desempenho
cognitivo intacto, indicam que a manutenção cerebral é possível. Um dos
desalentos do cenário é o seguinte: educação não irá salvar seu cérebro, pois
pesquisas mostram que doutores (PhDs) e pessoas de baixa escolaridade têm a
mesma probabilidade de perder a memória com a idade. Nem mesmo profissões
‘complexas’ importam muito nesse quesito: os ganhos de ser um pensador contumaz
perdem-se rapidamente com a aposentadoria.
Difícil e
simples
Nos últimos tempos, a
‘malhação mental’ – palavras cruzadas são o exemplo clássico e mais
recentemente o sudoku – ganhou adeptos e atenção da mídia. Para muitos
especialistas, no entanto, o valor dessas atividades isoladas para a manutenção
cerebral é ainda especulativo. Quando o assunto é saúde mental, vale a seguinte
fórmula: fórmulas fáceis parecem não existir. Mas, talvez, exista uma fórmula
‘simples’, extraída de experimento recente com roedores feito pela equipe de
Justin Rhodes, da Universidade de Illinois (EUA). Os resultados foram
apresentados na última conferência da Sociedade para as Neurociências dos EUA –
um artigo será em breve publicado, explica Rhodes à CH. No experimento,
camundongos foram divididos em quatro grupos. O ambiente do primeiro era um
tipo de paraíso para esses roedores: boa comida, água com sabores, casinhas
confortáveis e cenários coloridos, com túneis, bloquinhos etc. O segundo grupo
também era de hóspedes ‘cinco estrelas’, com uma diferença: havia um disco (de
pequeno diâmetro) que possibilitava aos roedores praticar alguma atividade
física. O terceiro grupo era o dos excluídos: realidade nua e crua, comida
normal e uma gaiola sem nada. O quarto grupo era também de desapropriados, mas
lá havia uma ‘roda gigante’, para os roedores correrem. O resultado foi
surpreendente. Feitos os testes cognitivos e análise de tecidos, apenas uma
coisa importou para a saúde cerebral: se os animais tinham ou não se
exercitado. Ambiente enriquecido não influenciou os resultados – apesar de os
camundongos, diz Rhodes, adorarem os ‘brinquedinhos’ da gaiola. Resumo do
experimento: para manter o cérebro, é preciso atividade física. Ponto. Por quê?
Possível explicação: exercitar-se gera neurônios. A partir dos 30 anos, humanos
perdem cerca de 1% por ano do volume do hipocampo, região do cérebro
responsável pela memória e pelo aprendizado. Corredor ou matemático? Os
resultados de Rhodes levam a questões interessantes. Uma delas: no quesito
saúde cerebral, é melhor ser um corredor de longa distância ou um matemático
sedentário? Resposta de Rhodes para a CH: “Acho que a grande diferença é que os
efeitos dos exercícios físicos na cognição parecem se generalizar por todos os
domínios cognitivos. Enquanto a matemática poderia melhorar aspectos
específicos da cognição relacionados a essa disciplina, a atividade física
parece reforçar todos eles (ou, no mínimo, todos os diferentes tipos que até
agora têm sido testados, como função executiva, memória de curto e longo
prazos, aprendizado espacial, processo de aprendizado, aprendizado associativo
etc.). Rhodes dá seu veredicto: “Sem dúvida, é melhor ser um corredor do que um
matemático sedentário (a menos que você queira ser bom em matemática e não se
importe em perder outros aspectos da cognição que afetam a vida diária, como
navegação espacial etc.).” “Temos alguns [dados] neurobiológicos nesse aspecto.
Parece que os novos neurônios criados com a corrida são largamente recrutados
por diferentes tarefas que envolvem o hipocampo, enquanto aqueles gerados em
resposta – ou que sobreviveram seletivamente – a um evento de aprendizagem são
recrutados de modo específico, por apenas aquela experiência”, diz Rhodes. “Eu
não diria que a atividade física é o único fator-chave para a manutenção do
cérebro. Vejo os exercícios como um contribuinte, mas estudos epidemiológicos
também sugerem, de modo bem convincente, que estímulos cognitivos e sociais dão
contribuições importantes. Eu diria que, para humanos, a situação ótima é
alcançada por uma boa combinação desses fatores”, diz Nyberg. Em uma coisa os
experimentos sobre saúde do cérebro parecem concordar: atividade física é
fundamental. E, enquanto os especialistas não chegam a um consenso sobre outros
fatores, não custa adicionar à receita palavras cruzadas e algum bom
entretenimento.
Paulo Vicente - Personal Trainer
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