Grandes
amigos, estou compartilhando um estudo sobre agachamento que esclarece muitas
dúvidas em relação a este exercício.
Na primeira parte do estudo (Agachamento e joelho), ficou claro que o
agachamento:
- Não traz prejuízo para o joelho.
- Este exercício pode, deve e tem sido usado com fins terapêuticos.
- As lesões no joelho geralmente são causadas pela combinação de altos volumes
de treinamento e técnica inapropriada.
- As forças tensionais e compressivas desse tipo de exercício estão totalmente
dentro das capacidades fisiológicas e articulares.
Na segunda parte do estudo: agachamento e coluna.
Coluna
A dor lombar normalmente é atribuída à prática do agachamento, o que é pouco
provável. Contudo, devemos ressaltar que os mecanismos da dor lombar ainda não
estão totalmente esclarecidos e sua causa pode ser uma manifestação que envolve
vários fatores. Se os exercícios forem realizados de maneira racional, com
técnica correta, o risco de lesão é mínimo.
Veja o exemplo do estudo feito por GRANHED et al em 1988, no qual levantadores
de peso (que realizam agachamento com cargas elevadíssimas, além de outros exercícios
que "sobrecarregam" a coluna), lutadores, e grupo controle, foram
submetidos a exames para registrarem a incidência de dor lombar. Os dados
demonstraram que os levantadores de peso relataram a menor taxa (21%), quando
comparados aos lutadores (59%) e o grupo controle (31%). Um dado interessante,
os grupos dos atletas em geral parecem ter maior tolerância à dor quando
comparados ao grupo controle.
A grande preocupação, entre os praticantes desse exercício, é se com o passar
do tempo a realização de agachamentos não traria conseqüências negativas para
coluna tais como: degeneração dos discos intervertebrais, perda da mobilidade e
dores na lombar. E se quando comparado a outras modalidades, como a
supostamente segura e arbitrária corrida, as conseqüências não seriam mais
graves? Para responder estes questionamentos RATY et al (1997) compararam
atletas em fim de carreira de diferentes modalidades (jogadores de futebol,
levantadores de peso e corredores).
A mobilidade lombar foi medida através do flexicurve
method, degeneração do disco por ressonância magnética e dor lombar através
de uma entrevista. Eles concluíram que a amplitude de movimento não apresentou
pioras com o avanço da idade adulta; a altura do disco foi alterada, porém sem
nenhum prejuízo para o individuo. Comparando todos os dados não houve diferença
significativa entre os grupos, sugerindo que a execução do agachamento poderia
trazer danos, em longo prazo, e que a corrida seria mais segura.
Será realmente grande o índice de lesão na realização do agachamento?
RASKE E NORLIN (2002), realizaram um estudo, no qual participaram mais de cem
levantadores olímpicos e basistas, procurando registrar as taxas de lesões
sofridas por estes atletas. A primeira parte do estudo foi realizada em 1995 e
a segunda, em 2000. O total de lesões encontrado não ultrapassou 2,6 por 1000
horas de treino e a mais comum foi na região lombar 0,43 / 1000h de treino. Já
com corredores as taxas de lesão chegavam perto de 12,1 a cada 1000h de
treinamento, dependendo do tipo de prova (VAN MECHELEN, 1992).
Considerações finais
A grande maioria dos indivíduos que tenta condenar o agachamento (É perigoso!!!
- Vai machucar o joelho!!! - Cuidado com a coluna!!!) deve reavaliar seus
conceitos. Está claro que o perigo se encontra na prática indiscriminada, nos
volumes de treinamento que chegam a números alarmantes. Normalmente fazem-se 20
séries por sessão (5 exercícios com 4 séries cada). Somando isto às atividades
ergométricas e a uma técnica inapropriada, os prejuízos para nossas estruturas
tornam-se quase inevitáveis.
Para evitar problemas nesta região, duas atitudes devem ser desestimuladas:
inclinação exagerada à frente e utilização de cargas excessivas (que
prejudiquem a técnica). Entretanto, a preocupação com a execução desse tão
temido exercício não deve se restringir apenas a questões metodológicas
(ângulos, repetições, posicionamento dos pés...) e riscos de lesões. Outras
variáveis do treinamento são muito importantes: relação volume-intensidade,
lesões pré-existentes, fatores de risco (como algum desvio grave de postura),
doenças degenerativas da articulação (artrose, osteoartrite, osteoartrose),
osteoporose, pinçamento de nervos etc.
A anamnese e uma boa avaliação física continuam sendo de grande valia para se
chegar a um pré-diagnóstico etiológico das doenças da coluna vertebral. No caso
de dúvidas em relação às patologias, um médico (especialista) deverá ser
consultado. É imprescindível ter um bom professor para lhe ensinar a técnica
correta do exercício. Nunca tente fazer o agachamento sem o acompanhamento de
um profissional de Educação Física, muito menos auto prescreva uma série.
Referencias bibliográficas
GRANHED H, MORELLI B.Low back pain among retired wrestlers and heavyweight
lifters.Am J Sports Med 1988 Sep-Oct;16(5):530-3
RASKE A, NORLIN R. Injury incidence and prevalence among elite weight and power
lifters. Am J Sports Med 2002 Mar-Apr;30(2):248-56
RATY HP, BATTIE MC, VIDEMAN T, SARNA S. Lumbar mobility in former elite male
weight-lifters, soccer players, long-distance runners and shooters. Clin
Biomech (Bristol, Avon) 1997 Jul;12(5):325-330.
VAN MECHELEN W. Running injuries. A review of the epidemiological literature.
Sports Med 1992 Nov;14(5):320-35
fonte: http://musculacaobrasil.forumeiros.org/t305-agachamento
Paulo Vicente - Personal Trainer
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